O tema da mulher idealizada é constante na obra de Álvares de Azevedo.
No poema em questão, a imagem da virgem sonhadora é simbolizada pela
lavadeira, uma forma de denunciar os problemas sociais e, ao mesmo
tempo, reportar a imagem feminina ao modelo materno.
No poema "É ela! É ela! É ela! É ela!", a musa eleita é uma lavadeira.
Dizendo-se apaixonado, o eu-lírico a observa enquanto dorme e retira do
seio da amada uma lista de roupa, que imaginara ser um bilhete de amor.
Trata-se de uma forma melancólica de expressar a grandeza das relações
humanas e representar a concretização do amor.
O emprego de termos elevados em referência à lavadeira, tais como "fada
aérea e pura", é um fator que reforça o riso por associar a lavadeira a
uma musa inspiradora e exaltadora da paixão. Trata-se, portanto, de um
poema de linha irônica e prosaica, que revela os valores morais daquela
época.
O poema, no conjunto das estrofes acima transcritas, revela tédio e
melancolia. Esses sentimentos são reforçados pelo murmúrio do eu-lírico,
"É ela! É ela!", ao visualizar sua amada.
A figura da lavadeira no poema é a de uma mulher que não se pode
possuir. Dessa maneira, o poema afasta a possibilidade de concretização
do ato sexual, confirmando a idealização da mulher no período romântico.
Marina Porto e Manuella Jucá - 9ºA.
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